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Filme português “A Fábrica de Nada” ganha prémio máximo no Festival de Cinema de Sevilha

por Roni Nunes, Sábado, 11.11.17

A obra de Pedro Pinho foi escolhida a melhor da mostra competitiva do Festival de Sevilha, que encerra amanhã. É mais um ponto positivo para o currículo internacional do projeto, lançado na Quinzena dos Realizadores no Festival de Cannes, que vence assim o Giraldillo de Oro na 14ª edição do evento.

 

 

“Western” de Valeska Grisebach, vence o Grande Prémio do Júri e “Insyriated” de Philippe van Leeuw o Prémio do Público. Já “Barbara”, de Mathieu Amalric, também a sessão de encerramento, rendeu o reconhecimento de Melhor Realizador ao francês. Os distinções principais distribuem-se ainda entre Selene Caramazza (Melhor Atriz por “Corazón Puro”) e Pio Amato (Melhor Ator por “A Ciambra”).

 

O Festival, iniciado dia 3, contou com forte presença portuguesa (a Competição incluía também “Ramiro”, de Manuel Mozos) distribuída por várias seções e também uma retrospetiva completa das obras de António Reis e Margarida Cordeiro. 

 

A Gala de logo mais vai entregar ainda à atriz dinamarquesa Trine Dyrholm, uma das musas do Dogma 95, o prémio “Ciudad de Sevilla” pelo conjunto da sua carreira.

 

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por Roni Nunes às 15:35

A celebração da Europa: era uma vez um festival… em Sevilha

por Roni Nunes, Sábado, 11.11.17
  • Texto e fotos por  Roni Nunes, em Sevilha

 

Na cidade andaluza as bandeiras espanholas estão por todo o lado. Há edifícios onde chegam a ocupar todas as varandas. A crise da Catalunha despertou o reforço de uma ideia de nação. O Festival de Cinema de Sevilha trabalha sobre uma ideia de Europa. A palavra ouve-se muitas vezes nos discursos oficiais. Certamente há o detalhe pragmático do anúncio dos filmes para o European Awards, mas há mais: o local escolhido para o seu anúncio tem uma vista para o Guadalqivir. Assim, o festival comunica-se com uma ideia visual de Europa – com suas pontes, catedrais, monumentos.

 

 

Em conversa com um dos programadores do festival, Luís E. Pares (entrevista completa aqui), fala-se desta ideia de Europa, de unidade, num momento onde os grupos de individualismo e xenofobia ganham mais força. Ele resume: “A Espanha é a Europa em grande. É um país muito diverso, com muitas culturas, diferentes línguas, mas fazemos todos parte da mesma comunidade. Essa é a ideia de Europa, a unidade dentro da diversidade. A Europa inventou a ideia de vasos comunicantes, somos o Velho Continente que se lançou a América, Ásia, África. Por que Pedro Almodóvar faz um filme na selva argentina? Por que viajamos, vamos e voltamos”.

 

 

Os portugueses deram uma contribuição para a celebração fílmica comunitária. Reis Y Cordeiro, como um slogan publicitário, distribuía-se pelos posters e materiais. António Reis e Margarida Cordeiro tiveram as suas primeiras retrospetivas completas em solo espanhol. Obras de Paulo Rocha (“Mudar de Vida”), Manoel de Oliveira (“Acto de Primavera”), Pedro Costa ou o recente “Farpões, Baldios” (Marta Mateus) completaram a mostra. Foram acompanhados de obras contemporâneas – o novíssimo “Ramiro” (Manuel Mozos), o consagrado “A Fábrica do Nada” (Pedro Pinho), ambos em competição, mais “Colo” (Teresa Villaverde), “Tarrafal” (Pedro Neves), “O Ornitólogo” (João Pedro Rodrigues) e “Os Humores Artificiais” (Gabriel Arantes) distribuídos em seções paralelas.

 

 

Exibir e resistir. As “idas e vindas” cinematográficas trouxeram muito do melhor cinema europeu. Algumas destas obras estarão brevemente em Portugal no Lisbon & Sintra Film Festival: “Barbara” (Matthieu Amalric), “A Ciambra” (Jonas Carpignano), Les Gardiennes (Xavier Beauvois), “Western” (Valeska Grisebach), “The Square” (Ruben Ostlund).Também passa pela programação os novos trabalhos de Laurent Cantet (“The Workshop”), Claire Denis (“Let the Sunshine In”), “Winter Brothers” (Hlinur Pálmason, o grande vencedor de Locarno), “Happy End” (Michael Haneke), “Loveless” (Andrey Zvyagintsev), “The Killing of a Sacred Deer” (Yorgos Lanthimos) e “Zama”, da argentina Lucrecia Martel, entre muitos outros.

 

Artigo originalmente postado em C7nema (http://www.c7nema.net/artigos/item/47489-a-celebracao-da-europa-era-uma-vez-um-festival%E2%80%A6-em-sevilha.html)

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por Roni Nunes às 14:47

“O cinema espanhol está sempre em crise”: entrevista com programador do Festival de Sevilha

por Roni Nunes, Sábado, 11.11.17
  • Por Roni Nunes, em Sevilha

Ver una Mujer (Mónica Rovira, 2017)

 

A quantas anda a produção cinematográfica do país vizinho? O que é feito do cinema espanhol? Enquanto decorre o Festival de Sevilha (encerra no dia 11), o C7nema dirigiu estas perguntas a um dos seus programadores, Luís E. Pares.

 

Ele coloca uma série de questões pertinentes sobre o mercado cinematográfico do seu país que podem ser verificados um pouco por todo o lado: os apoios para projetos ‘mainstream’ que tornam a oferta de cinema homogénea, o descaso com o circuito exibidor, a asfixia dos projetos alternativos.

 

Conforme explica na conversa que segue, em Espanha só existem dois tipos de cinema: o “mainstream”, feito com muito dinheiro e baseado em copiar-se uns aos outros, e outro muito pequeno, com orçamentos minúsculos, que tenta resistir. Por isso na seção correspondente no Festival eles fazem as honras da seção “Resistência” – justamente uma das programadas por Pares.

 

Em primeiro lugar, podemos falar sobre a seção Resistência. O nome é certamente muito revelador, mas pode explicar o conceito, a ideia por trás dela?

 

Em Espanha só existem dois tipos de cinema: um industrial, centralizador, que é feito com muito dinheiro, e depois os filmes pequenos. Mas estes são tão pequenos que apenas lutam por viver, por resistir. O nome vem daí: ´já que não tenho dinheiro para fazer o que quero fazer, uso o que tenho para sobreviver’.

 

Mas não é só uma questão económica mas também estética, de se produzir uma obra que tenha uma voz própria. O ‘mainstream’ espanhol é marcado por um cinema muito igual, homogéneo; a pluralidade, a diferença, a diversidade estão nos pequenos.

 

Temos muitos filmes num tom confessional e muito realista, o que no cinema espanhol é muito raro, não se fala de si próprio. Por exemplo, temos três trabalhos de realizadoras a falar de si mesmas na primeira pessoa. É um cinema que quer fazer mais perguntas do que dar respostas, não são filmes de teses, mas de hipóteses.

 

Las Cosas (Carlos Rivero, 2017)

 

A comédia foi a forma que muitos países encontraram para tornar o seu cinema comercial competitivo. Aqui também é assim?

 

Não só comédias, mas dramas também. Essencialmente há sempre um filme no ano que serve de modelo: se ele faz sucesso, surgem oito imitações a seguir. Aconteceu, por exemplo, com “Namoro à Espanhola”. Se dá certo um filme com uma mulher solteira, que tem um filho, ‘blá blá blá’, fazem oito filmes iguais. Acabam repetindo tanto a fórmula que elas se esgotam. Por isso o cinema espanhol está sempre em crise e a reinventar-se. Nos trabalhos que estão no Festival de Sevilha isso não existe, os cineastas não têm que seguir modelos, ‘posso falar de mim, da minha mãe, do que eu bem entender’.

 

Mas a Espanha tem pelo menos um caso que mistura cinema pessoal com sucesso de público – o de Pedro Almodóvar.

 

Pedro Almodóvar é único. Ele não precisa de um modelo porque é o seu próprio modelo. Não há figuras assim no cinema espanhol, ele é um caso porque é um génio. É a única pessoa que com seu nome vende um projeto. Nem precisa de um argumento (risos).

 

Agora o restante do cinema é financiado pelos canais de televisão privadas que, como dizemos cá, ‘no se andam com tonterías’. Estudam muito, fazem análises económicas etc. para decidirem se vão investir no projeto. Por isso não se encontram autores nesses filmes. Um autor em Espanha não pode fazer filmes por mais de 30 mil euros, há esta fronteira económica. Esse é o dilema do cinema espanhol.

 

Como é a questão do apoio estatal em Espanha?

 

A lei mudou há alguns anos e é um problema. Existem dois caminhos distintos, ou se apoia a criação ou se promove uma indústria e é essa ideia que tem prevalecido: se alguém demonstrar num projeto que ele tem boas probabilidades de fazer dinheiro, recebe mais facilmente o apoio. É o mundo da arte que banca o cinema pequeno. Não há linha do meio, há um cinema muito caro e outro muito pequeno. O que se passa com o do meio? Os filmes de 200, 300 mil euros, não existem. Assim os subsídios promovem alguns e excluem todo o resto.

 

La Isla (Miguel Rodríguez, 2017)

 

Há um processo que decorre um pouco por todo o lado que é a dificuldade em distribuir os projetos alternativos.

 

O problema em Espanha é o monopólio da produção sobre a distribuição em termos de apoio. Os apoios e subvenções vêm para os filmes serem feitos mas não para serem distribuídos. As salas vivem dos espectadores e não recebem nenhum tipo de ajuda. E nos esquecemos que, sem as salas, não há cinema.

 

Ocorre que isso é um negócio e o único que dá dinheiro é o cinema americano direcionado aos adolescentes – com todo o ‘marketing’ aí envolvido. Se houvesse algum tipo de ajuda ao circuito exibidor haveria mais cinema espanhol nas salas e este encontraria o seu público. Hoje em dia só em festivais como este, os de Gijón, de Barcelona e outros, é que podem mostrar os seus filmes.

 

Artigo postado originalmente em C7nema (http://www.c7nema.net/entrevista/item/47487-o-cinema-espanhol-esta-sempre-em-crise-entrevista-com-programador-do-festival-de-sevilha.html)

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por Roni Nunes às 14:29

Nico – Velvet Underground: de musa a “junkie gorda”

por Roni Nunes, Terça-feira, 07.11.17

Artigo originalmente postado em C7nema.

Por Roni Nunes

 

Nico – Velvet Underground: de musa a “junkie gorda”

  • Publicado por  Roni Nunes, no Festival de Sevilha

 

Nico (no filme vivida por Trine Dyrholm, vencedora do prémio de Melhor Atriz no último Festival de Berlim por "A Comunidade") passou os seus últimos anos em Manchester. No início de Nico – 1988, que abriu a Horizontes no último Festival de Veneza e agora surge no Festival de Sevilha, ela dá uma entrevista à uma rádio local. O entrevistador desconhece completamente a sua carreira solo. Daí para o constrangimento é um caminho rápido: "Gostaria de nos contar sobre a sua experiência nos Velvet Underground?". Resposta curta e grossa: "não".

 

Mas o curso da história não depende da vontade de Nico – ex-modelo e depois cantora/compositora que morreu em 1988. É pelos quatro clássicos que canta no mítico "álbum da banana" que ela cristalizou-se na memória coletiva. Entende-se a antipatia: essencialmente ela foi lá parar por uma ideia de Andy Warhol, angariando logo o ódio de Lou Reed. Mais tarde no filme, um pouco mais simpática, é a própria a dizer: "cantei quatro músicas e, no resto do tempo, só ficava lá no fundo a tocar pandeireta". O mesmo Warhol mais tarde vaticinava que ela se havia transformado numa "junkie' gorda".

 

A realizadora Suzanna Nicchiarelli mostra mesmo isso – concluindo algo perigosamente que ela "corajosamente" assumiu que estava a envelhecer e não se "importava com a opinião dos outros".

 

 

Intenções deste projeto ítalo-belga à parte, a vida de Nico dava um épico: nasce sobre as ruínas de uma Alemanha destruída na 2ª Guerra Mundial, circula pelo mundo todo, tem um filho de Alain Delon (nunca assumido por este, mas criado pelos seus pais) e, num belo dia, vai desencantar na Factory de Warhol. E daí para a História.

 

O filme não é sobre isso, como também não é sobre os seus clássicos a solo. Aliás, comete-se aqui um erro grosseiro ao mencionar "The Marble Index" como seu primeiro álbum – quando este foi "Chelsea Girl". Alguns dos seus trabalhos a solo tiveram produção de John Cale e foram fracassos de público. Sobre um deles, disse Cale: "bem, como se pode vender o suicídio?".

 

 

Depois de 15 anos de adição à heroína, com tentativas de suicídio pelo caminho, a história do filme começa (1986). E o que faz Nico, que a estas alturas já pedia para a chamarem de Christa (seu verdadeiro nome)? Basicamente excursiona por pequenos espaços com músicos que ela chama de "amadores" ("não é fácil achar alguém que queira tocar comigo, hoje em dia"), "chuta-se", tenta resgatar o filho que abandonou "por ser muito jovem para o criar" (também ele "junkie" e suicida) e, quando parece estar a sair finalmente desta imagem de completa decadência. esta mulher da noite, já sem drogas, cai de bicicleta num passeio matinal em Ibiza, depois de um ataque cardíaco.

 

Alguns números musicais são insólitos – e há pelo menos um que causa faísca pelo contexto: Nico e sua banda estão atrás da Cortina de Ferro, em Praga. Jovens organizadores correm risco de vida para organizarem o concerto; repressão (mais falta de heroína...) são libertados numa performance incendiária. De resto algumas contradições, como um espetáculo onde ela canta o seu clássico supremo com os Velvet ("All Tomorrow Parties") e, pasme-se, os créditos finais a passarem com uma versão de "Big Japan" na voz de Dyrholm, "clássico" pop dos Alphaville já devidamente triturado pelos Guano Apes.

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por Roni Nunes às 20:39

Sevilha: os nomeados aos European Film Awards

por Roni Nunes, Segunda-feira, 06.11.17

 

"Europa" foi a palavra muitas vezes repetida nos discursos oficiais que abriram a 14ª edição do Festival de Cinema de Sevilha, no último sábado. Um dos pontos altos do evento é a revelação dos filmes e artistas que concorrem aos European Film Awards, que decorrem em Berlim em fevereiro.

 

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Anunciados este sábado num evento com vista para o rio Guadalquivir, os nomeados para Melhor Filme incluíram três projetos estreados no Festival de Cannes e dois em Berlim.

 

“The Square”, de Ruben Östlund, vencedor da Palma de Ouro e com antestreia portuguesa prevista para o Lisbon Sintra Film Festival, que inicia na próxima semana, é um dos destaques. Na Croisette também deu o que falar o francês “120 battements par minute”, de Robin Campillo, e o grego “The Killing of Sacred Deer”, de Yorgos Lanthimos.

 

Completam a seleção a obra vencedora do Urso de Ouro em Berlim, “On Body and Soul”, e “O Outro Lado da Esperança”, do consagrado Aki Kaurismaki, já estreado em Portugal.

 

O Festival de Cinema de Sevilha decorre até 11 de novembro e é marcado pela presença portuguesa, seja em termos de cinema contemporâneo seja na forma de duas retrospetivas completas relativas às obras de António Reis e Margarida Cordeiro.

 

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Confira abaixo a lista completa dos nomeados:

 

Filme Europeu 2017:

"120 battements par minute", de Robin Campillo
"Nelyubov", de Andrey Zvyagintsev
"On Body and Soul", de Ildikó Enyedi
"O Outro Lado da Esperança", de Aki Kaurismäki
"The Square", de Ruben Östlund

 

Documentário Europeu 2017:

"Austerlitz", de Sergei Loznitsa
"Communion", de Anna Zamecka
"La Chana", de Lucija Stojevic
"Stranger in Paradise", de Guido Hendrikx
"The Good Postman", de Tonislav Hristov

 

Realizador Europeu 2017:

Ildikó Enyedi ("On Body and Soul")
Aki Kaurismäki ("O Outro Lado da Esperança")
Yorgos Lanthimos ("The Killing of a Sacred Deer")
Ruben Östlund ("The Square")
Andrey Zvyagintsev ("Nelyubov")

 

Atriz Europeia 2017:

Paula Beer ("Frantz")
Juliette Binoche ("Bright Sunshine In")
Alexandra Borbély ("On Body and Soul")
Isabelle Huppert ("Happy End")
Florence Pugh ("Lady Macbeth")

 

Ator Europeu 2017:

Claes Bang ("The Square")
Colin Farrell ("The Killing of a Sacred Deer")
Josef Hader ("Stefan Zweig – Adeus, Europa")
Nahuel Pérez Biscayart ("120 battements par minute")
Jean-Louis Trintignant ("Happy End")

 

Argumentista Europeu 2017:

Ildikó Enyedi ("On Body and Soul")
Yorgos Lanthimos & Efthimis Filippou ("The Killing of a Sacred Deer")
Oleg Negin & Andrey Zvyagintsev ("Nelyubov")
Ruben Östlund ("The Square")
François Ozon ("Frantz")

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por Roni Nunes às 21:18

Festival de Sevilha: “A cinematografia portuguesa é uma das mais estimulantes da Europa”

por Roni Nunes, Sábado, 04.11.17

Artigo originalmente postado em SAPO Mag (http://mag.sapo.pt/cinema/atualidade-cinema/artigos/festival-de-sevilha-a-cinematografia-portuguesa-e-uma-das-mais-estimulantes-da-europa)

 

O festival de cinema de Sevilha arranca esta sexta-feira e tem uma forte presença portuguesa.

 

 

A declaração ao SAPO Mag é do programador do Festival de Cinema de Sevilha, que arranca hoje (03/11), com forte presença portuguesa. De acordo com Javier H. Estrada, “o nosso festival sempre mostrou um enorme interesse em cinema português, estamos sempre atentos às obras que surgem, pois consideramos que é uma das cinematografias mais estimulantes da Europa”.

 

A 14ª edição do evento fica marcada pela assinalável presença lusitana. O festival decorre até ao dia 11 e reúne mais de 200 títulos dedicados maioritariamente ao cinema europeu. Também está prevista uma centena de colóquios com cineastas 

 

Cinco trabalhos contemporâneos e duas retrospetivas completas, dedicadas a Margarida Cordeiro e António Reis (autor falecido em 1991), numa parceria com a Cinemateca Portuguesa, marcam a participação portuguesa.

 

O ciclo incluirá todos os filmes dos cineastas e mais uma série de obras relacionadas com este cinema, como “Mudar de Vida” (Paulo Rocha), “Ato de Primavera” (Manoel de Oliveira) e “O Sangue”, de Pedro Costa. Destaque ainda para a curta-metragem de Marta Mateos, “Farpões Baldios”, estreada no Festival de Cannes que, segundo o curador, revisita a obra de Monteiro e Reis dando-lhes uma nova leitura.

 

O progamador explicou que esta será a primeira retrospetiva integral dedicada a estes cineastas em Espanha. “Sempre admirámos estes filmes. Para nós é um orgulho exibi-los, especialmente quando conectados com as obras de Paulo Rocha, Manoel de Oliveira e Pedro Costa”, disse.

 

Dos filmes mais recentes, estarão obras com um amplo percurso em certames internacionais, como “A Fábrica de Nada”, de Pedro Pinho, “Colo”, de Teresa Villaverde e “Tarrafal”, de Pedro Neves – ao qual se junta “Ramiro”, de Manuel Mozos, que teve estreia mundia há dias no âmbito do Doclisboa. Todos os realizadores estarão presentes na cidade andaluza.

 

Um dos mais importantes eventos ligados ao festival é o anúncio dos filmes que concorrerão aos prémios da Academia do Cinema Europeu – entre os quais está o citado trabalho de Pedro Pinho. Diz Javier Estrada: “’A Fábrica de Nada’ foi uma verdadeira revelação, sem dúvida é uma das obras fundamentais de 2017 e abre novos caminhos para a nossa maneira de compreender a realidade. Algo similar podemos dizer sobre ‘Tarrafal’, que reflete com grande profundidade e capacidade poética sobre o passado”.

 

As honras de abertura caberão a “A Ciambra”, obra de Jonas Carpignano sobre os ciganos do sul da Itália que tem dado o que falar e foi selecionado pelo país para concorrer ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira.

 

A seção oficial exibirá os últimos trabalhos de realizadors como Claire Denis, Laurent Cantet, Mathieu Amalric, Valeska Grisebach, Mathieu Amalric, Francis Lee e Roberto de Paolis, entre outros. Uma série de antestreias mundiais de projetos espanhóis também marcam a programação.

 

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por Roni Nunes às 15:02


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  • Cleber Nunes

    Sem dúvida é um filme que me despertou interesse ...