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Crítica: «Tempestad»

por Roni Nunes, Domingo, 17.12.17
  • Publicado por  Roni Nunes no C7nema durante o Festival de Berlim 2016.

 

Filme da Panorama do Festival de Berlim que traz um olhar feminino com um foco muito próprio sobre a terrível crise da sociedade mexicana causada pelos cartéis do narcotráfico. Isso porque Tatiana Huezo não se focou nos signos visíveis da extrema violência dos gangues, optando antes por mostrá-la através dos dramáticos efeitos no quotidiano de duas mulheres.

Uma delas relata, sempre em áudio e nunca em imagens, o que lhe aconteceu quando foi acusada injustamente de corrupção – isto porque o governo precisava ilibar-se na comunicação social e escolheu um grupo de pessoas aleatoriamente para culpar. Ela foi entregue à uma penitenciária no extremo oposto do país – gerida à margem de qualquer lei por uma organização criminosa. A outra história é marcada pelo desaparecimento da filha de uma mulher do circo, pela "investigação" levada a cabo por uma polícia extremamente corrupta e pelo desespero vindo, não só de não saber o seu paradeiro, mas por este se tratar, provavelmente, da prostituição.

O recurso do anonimato funciona: nunca se vê a as pessoas que narram – com a realizadora a mostrar antes diferentes mulheres e, com isso, alcançar eficazmente a universalização de um drama que, afinal, poderia acontecer a qualquer um. A "tempestade" aqui é interior – mas não menos intensa, onde desfila aos olhos do espectador o quotidiano de um país que tem a sua vida frequentemente invadida por sinistros poderes externos. O recurso, no entanto, não evita momentos de cansaço – especialmente na quebra óbvia que ocorre no início da segunda história.

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por Roni Nunes às 17:14

Cinema argentino na Mostra Ibero-americana: imagens de uma terra distante

por Roni Nunes, Sexta-feira, 15.12.17

Postado originalmente no Sapo.

 

RONI NUNES

 

A Argentina é um país longínquo; mais distante ainda parece o seu cinema – perdido na imensidão da monocultura reinante.

 

Não é que um certo “mainstream” não tenha sido atingido por obras com “Relatos Selvagens”, “O Clã” ou “O Segredo dos Seus Olhos”, este último vencedor do Óscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2009. E, certamente, quem acompanha os grandes festivais internacionais já não consegue encontrar programações sem pelo menos um título vindo do país.

 

Em Lisboa, a Mostra Ibero-americana encerra este sábado. Sempre aberto a novos horizontes, o SAPO Mag conversou com o académico Jorge La Ferla, presente no evento, sobre novíssimos projetos do país apresentados na programação.

 

Como causa para a maior presença em festivais, ele aponta para “uma nova geração saída das universidades – muito distante dos autodidatas de antigamente. Até porque, com a destruição da indústria patrocinada pelos longos anos de ditadura militar, quando o projeto era transformar a Argentina numa economia medieval, pré-industrial, o cinema tornou-se uma das suas vítimas. Seria impossível aprender dentro do ofício”.

 

 

"Cinco noches, cinco películas"

 

Para Jorge La Ferla um dos mais interessantes aspetos das obras selecionadas para a Mostra é a diversidade da sua origem. Esta não traz apenas projetos “portenhos” [de Buenos Aires], dos cinco filmes três são de regiões do interior. Duas vêm do Norte, com os seus rios e paisagens verdes; outra traz o branco da Patagónia.

 

“São todas obras independentes, de autor, com a busca de algo diferente. Não é ‘standard’, comercial”, assinala.

 

O claro e o escuro

 

Começando pelo mundo urbano: o contraste não podia ser mais nítido entre “La Noche”, de Edgardo Castro, e “La Luz Incidente”, de Ariel Rotter.

 

“'La Noche’ é um filme de exteriores, com câmara na mão, sem iluminação, com uma estética mais documental. Também é contemporâneo, atual, apresenta Buenos Aires na vida noturna, com os seus espetáculos, restaurantes e buscas sexuais”, explica o crítico.

 

 

Por seu lado, “La Luz Incidente” “é uma obra de interiores, onde mostra a classe alta, retomando uma via do cinema argentino dos anos 60, muito inspirado no neorrealismo italiano. É um filme que dialoga com [Michelangelo] Antonioni, especialmente com “As Amigas” [1955] – abordando a classe média-alta, gente que não trabalha, com boas roupas e crises pessoais. É um exercício de estilo, com um cuidado importante para a arte da decoração, o enquadramento, os tempos”.

  

 

O verde e o som dos rios

 

Já o escritor Juan José Saer, que viveu os seus últimos anos em França, inspirou duas histórias de cunho muito diferente. Ele colocou-as fora de Buenos Aires, na província de Santa Fé, muito perto do rio Paraná, na fronteira com Brasil. Daí saíram dois filmes, “El Limonero Real” e “Tublanc”.

 

“São paisagens que não têm nada a ver com Buenos Aires, marcadas pela presença do rio, pelo verde circundante. Não é trópico e, ao mesmo tempo, tem uma forma particular de viver, de falar”, observa o académico.

 

No caso de “El Limonero Real”, trata-se da história íntima de uma família que vive frente ao rio, muito marcada pela natureza.“É um filme muito experimental, não é uma adaptação literal, é mais poética e com muitas elipses. O enredo situa-se na noite de encontro de Ano Novo, ao qual uma das pessoas da família não quer ir porque há um luto de um filho que morreu há muitos anos. É muito bem filmado e um trabalho de som incrível”, destaca.

 

 

Por seu lado “Toublanc”, de Iván Fund, é uma espécie de “thriller”, onde “conta muito o que não é dito, o que não é mostrado, é um filme de pura sugestão. Não é para as pipocas, é preciso estar muito atento para se perceber".

 

 

O “western” branco

 

O trabalho da paisagem tem outro grande momento com “El Invierno”, projeto de estreia de Emiliano Torres”. A ação decorre na Patagónia, onde a neve, a montanha, o branco, cobrem toda uma história familiar, com elementos de “thriller” e, até, "western". “Existe esta luta do homem contra natureza, que até podia entrar num filme de John Ford”, avança  Jorge La Ferla. Ao mesmo tempo, “este realizador tem um olho para construir as cenas como se fossem quadros, com o seu uso das cores – e com muito boas atuações”, complementa.

 

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por Roni Nunes às 20:13

A história de um filme que (infelizmente) termina depressa demais

por Roni Nunes, Quinta-feira, 14.12.17
 
“Verão Saturno”, de Mónica Lima, tem apenas 30 minutos, mas foi um dos bons acontecimentos da Mostra de Cinema Ibero-americano.
 
 

Revelado na programação do Curtas de Vila do Conde, "Verão Saturno", de Mónica Lima, tem apenas 30 minutos.

 

Quem não o conseguiu ver durante a Mostra de Cinema Ibero-americano, que decorre no cinema São Jorge, em Lisboa, até dia 16, terá nova hipótese: há uma sessão na Cinemateca Portuguesa, dia 21. Aí será exibido com mais três obras na programação "O Dia mais Curto".

 

Esta obra de ritmo fluído e sem as presunções frequentes de um certo cinema de nicho lusitano tem apenas um defeito: quando o espectador, envolvido pelas múltiplas linhas abertas pelo argumento, ainda está imaginar os desenlaces possíveis, ele é subitamente lembrado que se trata de uma curta-metragem.

 

O SAPO Mag conversou com a realizadora no cinema São Jorge, que disse estar a trabalhar numa longa-metragem. De resto, entrevista e filme tratam de um tema pertinente, na qual Mónica Lima revê-se, sobre a situação daqueles que não deixam de perseguir os seus sonhos.

 

Promessas não cumpridas

 

O enredo de "Verão Saturno" conta a história de Samuel (Jaime Freitas). Ele vive na Alemanha com a namorada (Joana de Verona) e vem a Lisboa para um concerto. Fica na casa da mãe dela (Rita Loureiro). Há uma tensão sexual e aquilo que é o foco do filme: o duro de processo de continuar a sonhar com a arte contra todos as questões de ordem prática.

 

"O filme aborda sobretudo a crise dos eternos jovens, entre os 30 e 35 anos, de pessoas que têm desejos que não conseguem cumprir, promessas eternas por viver”, observa a realizadora. “E, quando se é artista, mais complicado é. O protagonista que vive nesta ambivalência”.

 

Quanto a este, ele é um músico independente [as canções originais são do guitarrista Filipe Felizardo], a sua namorada é estudante e já mudou de curso várias vezes. Não se trata de exigência a mais desta geração?

 

“O problema é que nos foi prometido muito mais que isso", recorda. "Disseram que se estudássemos tudo ia correr bem, que íamos atingir o máximo do potencial e acreditámos nisto. Portanto é mais do que válido continuar a alimentar essa expectativa. Depois descobrimos que não é assim, não há de facto uma repercussão pragmática que nos permita pagar as contas.”

 

 

Os artistas perdidos na sociedade contemporânea

 

Hoje, com o turbilhão de meios e vozes, como um novato pode ser reconhecido?

 

“Todo o criador acredita que o que faz é bom e que vai fazer a diferença. Esse é a loucura e é impossível dizer-lhe que é melhor não fazer arte porque não vai conseguir sustentar-se. Essa mensagem nunca vai ter significado. Eu sou romântica a esse nível, acho que a vontade de produzir vai ser sempre maior”, defende.

 

No entanto, Mónica Lima também reconhece: “Os artistas não vão deixar de existir, mas eles também são uma figura que anda meio perdida na sociedade contemporânea. Gosto desta personagem porque deambula por este mundo sem encontrar realmente um equilibro entre sonhos e expectativas e estas necessidades pragmáticas de sustento”.

 

O novo projeto da realizadora tem o título provisório de “O Último Dia de Todos os Dias” e já teve o argumento premiado pelo ICA. A escrita vai decorrer durante 2018.

 

Sobre aquela que possivelmente será a sua primeira longa-metragem, relata: “É uma comédia negra sobre fantasmas, famílias e uma casa à espera de uma mulher que, depois de vários anos ausente do país, é suposto regressar. Mas ela nunca mais aparece. O filme acontece no tempo de espera desta personagem, com alguns elementos de uma comédia de costumes”.

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por Roni Nunes às 23:37

Crítica: «Aquí no Há Pasado Nada"

por Roni Nunes, Segunda-feira, 11.12.17

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Há um facto “sociológico” por trás da existência do filme que abriu a Mostra de Cinema Ibero-Americana – variação da habitual Mostra da América Latina que este ano inclui os países ibéricos. “Aquí no Ha Pasado Nada” foi financiado parcialmente por um regime de crowdfunding: por outras palavras, um largo grupo de investidores comuns quis que se contasse no cinema uma história em torno do filho do senador Carlos Larraín, Martín. E qual era ela? Essencialmente Martín tomou parte num atropelamento que contou com embriaguez e morte – com consequências ambíguas. Aconteceu no Chile, em 2013.

 

Alejandro Fernandez Almendras, no entanto, debruçou-se sobre os acontecimentos à sua própria maneira. Mais que os trâmites legais, twists intempestivos ou formalizações académicas, interessou-lhe um retrato dos jovens envolvidos – particularmente a quem cabe os maiores dilemas, Vicente Maldonado (Augustín Silva), amigo do principal acusado. Segundo as autoridades, baseado nos testemunhos dos “amigos”, ele é suspeito de estar a conduzir o carro no momento do acidente. Diante da sua inércia, acreditando que o facto de saber a verdade é o suficiente, o seu advogado concede uma dádiva de sabedoria ao novato: “Só é verdade o que pode ser provado”.

 

Assim há esse protagonista algo ingénuo, não propriamente má pessoa, que gosta de beber, ir a festas e ter relações sexuais com uma “amiga”. A câmara não pára, o fundo desfocado é recorrente, muita coisa dissolve-se na escuridão da noite; essa “perseguição” estilística é a forma escolhida por Almendras para criar um mundo de vontades etéreas, não muito ferrenhas, por vezes francamente fútil. O cineasta recorre ainda à reprodução de SMS no ecrã – criando um artificialismo que quase passa desapercebido pelas sensibilidades atuais.

 

O que não é vaga é a forma como o advogado da família poderosa estabelece uma longa analogia para convencer Vicente, com o seu pai ausente, a dar-se como culpado de algo que não fez. São os “tweets” a colher a voz generalizada da indignação. É desta forma que “este país de mierda”, como escreve alguém, parece-se com todos os outros.

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por Roni Nunes às 20:01

10 Filmes a não perder na Mostra de Cinema Ibero-Americano

por Roni Nunes, Terça-feira, 05.12.17

Artigo postado em SAPO Mag.

 

Roni Nunes

 

A Mostra de Cinemas Ibero-Americanos – No Escurinho do Cinema decorre entre 4 e 16 de dezembro no cinema São Jorge, em Lisboa. O evento junta 41 filmes e o SAPO Mag falou com um dos programadores, Carlos Nogueira, para destacar 10 que são imperdíveis.
 
 

Conjugando filmes de género e cinema de autor, a Mostra de Cinemas Ibero-Americanos – No Escurinho do Cinema exibirá 41 projetos ibero-americanos entre 4 e 16 de dezembro no cinema São Jorge, em Lisboa. O evento vem da parceria entre a Casa da América Latina, organizadora de uma mostra anual dedicado ao cinema ibero-americano, e a Câmara de Lisboa, que integrou o certame nas comemorações da Lisboa Capital Ibero-Americana da Cultura.

 

Para além de projetos francamente acessíveis, como o uruguaio “El Candidato”, sátira sobre o mundo da política, o evento faz quase um inventário dos grandes festivais internacionais direcionados ao cinema de autor – com predominância de títulos estreados em Berlim, San Sebastián, Sundance, Roterdão e Cannes.

 

O SAPO Mag conversou com um dos programadores da Mostra, Carlos Nogueira, sobre a organização especial desta edição pelo facto do certame se incorporar ao evento Lisboa Capital Ibero-Americana da Cultura.

 

Conforme salienta o programador, existem pelo menos duas excelentes razões para os espectadores em busca de diversidade: “O cinema ibero-americano está a atravessar uma excelente fase e, além disto, raramente estreiam nas salas portuguesas”, diz.

 

A projeção internacional vem do início do século XXI.

“No caso argentino vem desde Lucrecia Martel e Lizandro Alonso. Logo a seguir vieram os uruguaios, com filmes como 'Whisky', seguido pelos mexicanos e nomes como os de Carlos Reygadas e Amat Escalante e, certamente, os chilenos.  Eles pareciam surgidos do nada e vinham acompanhados por muitos outros, revelando um viveiro de criatividade, que ainda se mantém”, afirma Nogueira.

 

O enorme currículo internacional dos títulos escolhidos, a maioria saídos dos grandes festivais internacionais de cinema, parece marcar o festival com o selo do cinema de autor, mas não é bem assim: “Existe também cinema de género. Quisemos agradar todo o tipo de público e fornecemos informações para que as pessoas escolham o estilo que mais lhe agrada. Mas há, certamente, um gosto pelo cinema mais experimental e o desejo de destacar as cinematografias independentes dos países”.

 

Quanto ao título, obviamente extraído de um célebre “standard pop” de Rita Lee, o programador explica que ele parte da busca de um título mais atrativo para o público. “Certamente é uma referência lúdica, pois se atentarmos à poesia da canção tudo o que ela diz é para sair fora do cinema, faz-se de tudo, menos ver o filme!”, brinca.

 

UM VISLUMBRE SOBRE A PROGRAMAÇÃO COM 10 FILMES A NÃO PERDER:

 

AQUÍ NO HA PASADO NADA

 

Com uma carreira internacional iniciada em Sundance e Berlim, a obra compõem uma trilogia do realizador chileno Alejandro Fernandez Almendras sobre a Justiça. O primeiro, “Matar un Hombre”, foi eleito o Melhor Filme do IndieLisboa em 2015. Segundo Nogueira, o filme foi escolhido para sessão de abertura da Mostra por ser ao mesmo tempo acessível e intenso. Foi inspirado no caso Larraín, um mediático acontecimento no Chile em 2013 e que envolveu o filho de um senador. Em última análise, serve para debater o papel da Justiça no universo dos poderosos, que raramente se veem tentados a obedecer a lei.

 

LA FAMÍLIA

 

Estreado na Semana da Crítica, no Festival de Cannes, é uma obra venezuelana sobre a relação entre pai e filho. Eles estão em fuga após o segundo ter morto outro jovem. Como pano de fundo nesta obra de estreia de Gustavo Rondón Córdova, está o quotidiano de um país marcado pela violência.

 

VERÃO SATURNO

 

A participação portuguesa no evento ao lado da coprodução com o Brasil em “Joaquim”. A curta-metragem de Mónica Lima compõe uma sessão com “La Família” e foi revelado na programação dos curtas de Vila do Conde. Segundo o curador foi uma grata surpresa, mostrando um drama urbano sobre um músico de 35 anos prestes a desistir da carreira. Tem participação de Joana de Verona.

 

IXCANUL

 

“Vulcão” na linguagem indígena, trata-se de um surpreendente filme saída da Guatemala para o cirtuito de festivais internacionais a partir de Berlim, 2015. Conforme Nogueira, o título da obra refere-se às dificuldades de uma comunidade nos confins mantanhosos do país que sonha com uma vida melhor para lá dos vulcão – por outras palavras, o “eldorado” da terra do Tio Sam.

 

LA LUZ INCIDENTE

 

Obra argentina que o programador considera das mais acessíveis da Mostra ao grande público. Trata-se de um drama sobre uma mulher que, após a morte do marido, perde a vontade de viver. Conhece, no entanto, outro homem – ao mesmo tempo que tenta reconstruir a famíia.

 

LA RECONQUISTA

 

O representante espanhol será outro dos projetos mais palatáveis. Realizado por Jonás Truebe, parte de uma premissa romântica: com 15 anos dois adolescentes vivem um romance. Encontram-se 15 anos depois, em Madrid, e tem a hipótese de reviver aqueles momentos.

 

EL INVIERNO

 

Carlos Nogueira refere-se a este “belíssimo” filme de estreia de Emiliano Torres com mais um daqueles que investe na desconstrução dos géneros clássicos – neste caso estabelecendo uma espécie de “western” em plena Patagónia. O enredo trata de um conflito entre um velho e um jovem capataz numa quinta, onde surgem velhos temas do “western”, como a passagem do tempo e a substituição da velha geração e os seus valores pela novidade.

 

EL CANDIDATO

 

Representante uruguaio, exibindo uma sátira mordaz ao universo da política ao retratar a vida de um candidato nas eleições para o presidente do país. Com uma visão muito realista, mostra os bastidores da campanha, com uma equipa de “marketing” a construir uma personagem de ficção que nada tem a ver com qualquer ideologia. Com grande sentido de humor, o filme faz um retrato cáustico da hipocrisia na política. O realizador Daniel Heller é um dos mais famosos atores do Uruguai e colaborador frequente do cineasta argentino Daniel Burmán.

 

JOAQUIM

 

Promete o seu “quê” de polémica essa abordagem histórica de Marcelo Gomes, um dos talentos do cinema brasileiro do século XXI, sobre Tiradentes. Trata-se da revisita a um dos mitos históricos do país ao tornar-se símbolo de um dos mais icónicos movimentos da colónia contra a Metrópole portuguesa no século XVIII. Tem coprodução da Ukbar e participação de Nuno Lopes, entre outros atores portugueses. “É uma excelente oportunidade para conhecermos um pouco mais da história portuguesa no além-mar”, diz Nogueira.

 

LA DEFENSA DEL DRAGÓN

 

Escolhido para a Sessão de Encerramento, o projeto colombiano estreou na Quinzena dos Realizadores, no Festival de Cannes. O enredo gira em torno de três velhos amigos que perambulam pelo centro de Bogotá. Um acontecimento os obrigará a sair de sua rotina de negação dos seus falhanços. A realizadora Natalia Santa inspirou-se num clube de xadrez existente na cidade, onde também se confrontam a modernidade e a recusa em aderir a ela.

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por Roni Nunes às 20:01


Comentários recentes

  • Cleber Nunes

    Sem dúvida é um filme que me despertou interesse ...