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Começando uma agradável aventura: "Benzinho" agrada crítica americana

por Roni Nunes, Sábado, 20.01.18

Artigo postado em C7nema

Publicado por  Roni Nunes

 

O Screen Daily usa a expressão "audience-pleaser" para Benzinho: a expressão podia estabelecer-se como epíteto natural pare (quase) toda a produção cinematográfica brasileira - mesmo quando esta se propõe aos mais áridos exercícios autorais.

 

Oito anos depois de Riscado, um dos grandes momentos do cinema do país em anos recentes, Gustavo Pizzi parece ter acertado outra vez com Benzinho (Loveling no título internacional). O filme foi escolhido para abrir a Competição Internacional do Festival de Sundance e foi globalmente bem recebido pela crítica americana.

 

O Screen Daily começa por destacar o que designa como uma "tradição" sul-americana de trazer fortes protagonistas femininas - citando o Brasil como o maior exemplo e relembrando os casos deCentral do Brasil ou Aquarius.

 

Tal como em Riscado, é novamente Karine Telles a protagonista, aqui a viver a mãe de uma família algo caótica e que parece que vai se desestruturar de vez quando o filho mais velho, de 16 anos, recebe uma proposta para jogar handebol na Alemanha. Eles vivem numa casa que está quase a ruir (uma metáfora "não muito sutil", segundo o Daily), que alberga ainda a irmã (Adriana Esteves) da personagem principal.

 

Segundo Pizzi explicou ao portal Omelete, trata-se de "uma familia de classe média baixa que luta diariamente para ter uma vida digna, apesar de todas as difiiculdades. As oportunidades não são iguais para todos, mas mesmo assim a grande maioria dá um jeito de seguir com suas vidas.".

 

Uma agradável jornada

 

 

Ao que parece a escolha para abrir a Competição Internacional de Sundance também se prende pela incontornável característica do cinema brasileiro em ser agradável para qualquer audiência. Segundo o "site", trata-se de um filme certamente destinado à uma "saudável jornada pelo circuito de festivais e lançamento em sala nos mercados de língua portuguesa".

 

Já a Variety disse que "algumas pessoas vão ao cinema em busca de autenticidade, outras de escapismo", para iniciar um tipo de análise, muito típica da crítica americana, da relação possível do filme com o grande público. Neste caso, interessa a conclusão: apesar de buscar claramente o realismo ao retratar calorosoamente pequenos dramas do quotidiano que podem não interessar espectadores à procura de diversão, o filme alberga em si uma "poesia profunda" e "uma real beleza nos momentos que Pizzi resolveu partilhar".

 

Globalmente, Karine Teles, também coautora do argumento, é elogiada como a força-motriz do empreendimento. Benzinho segue a sua carreira no Festival de Roterdão, que se inicia no próximo dia 24 de janeiro. O filme já foi comprado internacionalmente pela New Europe Film Sales. Do Brasil, na Competição Internacional de Sundance, ainda aguarda-se por outro projeto promissor - Ferrugem, de Aly Muritiba.

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por Roni Nunes às 22:12

Sundance 2018: a competição internacional

por Roni Nunes, Sexta-feira, 19.01.18

Artigo postado no C7nema.

Publicado por Roni Nunes.

 

 

O festival decorre entre 18 e 28 de janeiro em Park City, estado do Utah, nos Estados. Pode ler sobre o festival e a programação de filmes norte-americanos aqui.

 

Brasil e Dinamarca são os países com maior número de filmes na Competição Internacional – dois projetos cada um. Em Benzinho (Loveling, no título internacional), Karine Telles vive uma mãe protetora em crise pela partida súbita do filho adolescente para jogar handebol na Alemanha; o realizador, Gustavo Pizzi, é responsável pelo emblemático Riscado. Os teens são o tema de Ferrugem (Rust), de Aly Muritiba, do belo Para Minha Amada Morta, onde aborda o uso da tecnologia através da relação entre duas jovens.

 

A América Latina contribui ainda com o argentino La Reina del Miedo (The Queen of Fear), o mexicano Tiempo Compartido (Time Share), e a coprodução Cuba-Canadá de Un Traductor. O primeiro é de uma veterana atriz do país, Valeria Bertucelli, que também coescreve e protagoniza e onde uma famosa atriz é confrontada com uma reavaliação de sua vida opulenta; já no projeto mexicano o realizador Sebastián Hofman conta a história de duas famílias estranhas que são obrigadas a conviver num resort. Por fim, Un Traductor traz o ator brasileiro Rodrigo Santoro a aprender russo para fazer de tradutor num hospital cubano. Como pano de fundo está a chegada do fim da União Soviética e o anúncio de uma nova era (de crise) para Cuba.

 


Tiempo Compartido

 

Das citadas produções dinamarquesas, uma delas é Holiday, onde a cineasta Isabella Eklöf leva uma família associada a um gângster para umas férias numa praia da Turquia. A protagonista, no entanto, desafia as regras ao apaixonar-se por um holandês. O outro projeto é The Guilty, de Gustav Möller, onde um policial atende uma chamada desesperada de uma mulher raptada e tenta encontra-la, enquanto se defronta com os seus próprios demónios.

 

Ainda em terrenos escandinavos, vem da Islândia And Breathe Normally, onde uma mulher do controlo de fronteira apanha uma imigrante ilegal da Guiné-Bissau. Ambas com vidas difíceis, desenvolvem, no entanto, um laço que as une. A longa-metragem de estreia do realizador Isold Uggadottir toda em temas como imigração, os direitos humanos e LGBTs através de um drama intimista.

 

Idris Elba estreia na realização com fundos britânicos em Yardie (na imagem abaixo), onde o ator conta a história de um jovem a viver em Kingston, na Jamaica dos anos 70, que vê o irmão a ser morto por um gangue rival. Anos mais tarde decide procurar o assassino.

 

 

Do extremo-oposto da Europa surge Butterflies, a segunda obra do turco Tolga Karaçelik, sobre três irmãos com um passado dramático que tem de voltar a reunir-se na aldeia que lutaram toda a vida para esquecer.

 

Do país vizinho e completando a seleção de projetos europeus, o grego Pity trás a história de um homem habituado a que sintam pena dele. A obra de Babis Makridis promete ser uma comédia negra perturbadora, onde o célebre Yorgos Lanthimos pode não estar de todo ausente enquanto influência, já que um dos argumentistas é Efthimis Filipou, o mesmo de Canino e A Lagosta.

 

O único filme asiático é o raro exemplar de um projeto vinda da China realizado por uma mulher. Cathy Yan aborda, em Dead Pigs, uma espécie de filme mosaico sobre a China moderna sob uma perspetiva humanista.

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por Roni Nunes às 22:06

10 documentários do Festival de Sundance que DEVERIAM chegar a Portugal

por Roni Nunes, Sexta-feira, 19.01.18

Artigo postado em C7nema.

Publicado por Roni Nunes

 

 

O evento criado por Robert Redford arranca a 18 de janeiro e decorre durante 10 dias em Park City, Utah. Dada a característica de plataforma de lançamento de obras que muitas vezes vêm dar ao circuito de festivais em Portugal, o C7nema reuniu dez filmes documentais que podem iniciar aqui uma trajetória internacional. Espera-se que cheguem por aqui...

 

OUR NEW PRESIDENT

 

O realizador russo do polémico Pussy Riot: A Punk Prayer agora lança-se sobre a manipulação de notícias na Rússia e no tema explosivo da interferência do país nas eleições norte-americanas. O filme aborda ainda a influência dos media russos no Youtube e outras plataformas ocidentais no sentido de disseminar notícias “falsas”. O festival parece apostar neste trabalho de Maxim Pozdorovkin: passa logo no primeiro dia.

 

THE CLEANERS

 

Uma abordagem sobre os sinistros subterrâneos da internet surge em The Cleaners, onde os realizadores Moritz Riesewieck e Hans Block debruçam-se sobre as equipas contratadas pelas empresas de Silicon Valley para varrer da net “imagens e conteúdos inapropriados” – que vão desde fotos de zonas de guerra à pornografia. Claro está que, quando se entra no domínio de “quem” e com que critérios julga o que é “inadequado”, o impacto na democracia e na liberdade de expressão é evidente – com consequências para muitas pessoas ao redor do mundo.

 

STUDIO 54

 

Da política para um dos templos da perdição dos anos 70: a discoteca Studio 54 foi o grande monumento de um certo ideal setentista de hedonismo – reunindo no seu disputado interior celebridades a conviver com “drag queens” e humildes trabalhadores numa vasta democracia social. Enquanto isso, lá fora, outra multidão implorava pela atenção do porteiro. Tudo misturado, claro, com música “disco” e montanhas de cocaína. O filme narra a ascensão e queda dos seus fundadores, Ian Scrager e Steve Rubell.

 

WESTOOD: PUNK, ICON, ATIVIST

 

Outro ícone diretamente ejetado dos 70s foi Vivienne Westwood, para muitos cínicos a inventora do “punk” ao criar o “design” visual “vendido” por luminares como Sid Vicious – que de Inglaterra espalhou para o mundo os casacos de couro com alfinetes. Ela terminou por construir um império – vivendo hoje em dia, aos 76 anos, de uma incessante luta de fundo ecológico.

 

BAD REPUTATION

 

“I Love Rock’n’ Roll” foi gravada (ou arruinada, caso se pretenda) até por Britney Spears; para o mundo das massas foi esse eterno “hit” que cristalizou Joan Jett na constelação do reconhecimento. Mais do que isso, Jett tem longos anos de serviços prestados ao rock’n’roll através das Runaways, banda surgida na esteira do “punk” americano que influenciou dezenas de outras. Kevin Kerslake, o realizador, é conhecido por inúmeros telediscos e documentários sobre Soundgarden, Nirvana e Ramones, entre outros.

 

HAL

 

Consta que Hal Ashby chegou de boleia a Hollywood; foi parar casualmente numa sala de montagem de um filme de Norman Jewison. Arranjou uma amizade para a vida e um apoio fulcral para o início da sua carreira – mais tarde celebrizada por obras como Shampoo e O Regresso dos Heróis. Nos anos 80, sucessivos “flops” o levaram à uma guerra constante com a indústria do cinema. Filme de Amy Scott que busca retratar um autor obsessivo, cujos temas dos filmes surgiam engajados com o progresso social e as questões de classe e raça.

 

JANE FONDA IN FIVE ACTS

 

A filha de Henry Fonda e irmã de Peter teve uma carreira meteórica e uma vida marcada de vicissitudes – o suicídio da mãe, a frieza emocional e as guerras políticas com o pai, os três casamentos falhados. Em termos de imagem pública, já foi “starlet”, rainha do “fitness”, feminista e politicamente ativa (à esquerda). É a própria atriz a abordar estes e outros temas com a realizadora Susan Lacy, que já “biografou” David Geffen, Judy Garland e Leonard Bernstein, entre outros.

 

ROBIN WILLIAMS: COME INSIDE MY MIND

 

O ator, que suicidou-se em 2014, propõe uma espécie de paradigma da anedota contada por Billy Wilder sobre o palhaço Glock. Segundo esta, um sujeito vai ao médico e diz que está deprimido, ao que este responder: “relaxe, vá à uma apresentação do palhaço Glock”. Resposta: “Mas doutor, eu sou o Glock…”. O filme refere a energia intensa e a inventividade cómica de um dos atores mais populares do seu tempo – mostrando o momento em que a mistura entre vida e obra atingem um limite sem retorno.

 

KAILASH

 

Entrando por temas sociais, Kailash acompanha o trabalho do prémio Nobel Kailash Satyarthi – que atua no mundo aterrador das fábricas sobrepovoadas onde milhares de crianças escravas tratam de suprir a demanda por produtos baratos. Kailash conseguiu, através de uma vasta rede de informantes, resgatar várias delas; o filme acompanha um caso específico, onde tenta encontrar um menino desaparecido há oito meses.

 

KING OF THE WILDERNESS

 

Martin Luther King Jr. é o tema de King of Wilderness, que aborda a figura mítica de uma doutrina radical de não-violência – num contexto mais atual do que nunca. O filme trata dos últimos três anos antes de ele ser assassinado, os seus conflitos internos e o efervescente contexto à sua volta – à esquerda com a ascensão do Black Power, que considerava suas práticas uma forma de fraqueza e, do outro lado, o presidente Lyndon Johnson classificando como irresponsáveis os discursos contra a Guerra do Vietname.

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por Roni Nunes às 21:53

Arranca hoje (18/01) o Festival de Sundance, a maior montra de cinema “indie” dos EUA

por Roni Nunes, Sexta-feira, 19.01.18

Artigo postado em C7nema.

 

Publicado por  Roni Nunes

 

Um dos mais prestigiados festivais de cinema alternativo do mundo arranca hoje em Park City, estado do Utah, nos Estados Unidos. O evento decorre entre 18 e 28 de janeiro.

 

Segundo dados da organização serão exibidas 121 longas-metragens, entre as quais um incrível número de 108 antestreias mundiais. Destes, 30 obras estarão distribuídas pelas diferentes secções competitivas, numa seleção que abrange 29 países. Quase 4 mil longas-metragens concorreram à seleção final – metade dos quais dos Estados Unidos. Em 2017 um público de mais de 70 mil espectadores marcou presença no festival.

 

O filme de abertura é Blindspotting, obra de estreia de Carlos López Estrada, sobre a amizade de dois presidiários oriundos de um problemático bairro de Oakland, junto de San Francisco. Também no primeiro dia surge “Our New President”, documentário de Maxim Pozdorovkin que promete falatório ao abordar os canais de falsas notícias na televisão da Rússia – muitas delas conectadas com as últimas eleições americanas. O encerramento ocorre com Hearts Beat Loud, aparentemente uma proposta típica do indie à moda yankee, onde um pai solteiro mantém os laços com a filha distante através de uma banda que alcança um sucesso minoritário no Spotify. É realizado por Brett Haley.

 

Blindspotting

 

A cidade das mulheres

 

O histórico politicamente correto de Sundance esse ano revela-se, como não poderia deixar de ser, através de um vasto conjunto de filmes femininos na programação. Segundo o festival, num mercado internacional onde as realizadoras respondem por apenas 4% das maiores bilheteiras num ano típico, em Sundance 2018 a proporção sobre para 37%.

 

Em termos de filmes, Kristen Stewart vive uma relação com Chloë Sevigny em Lizzie, recriação de um dos mais famosos crimes da América – o assassinato de uma família ocorrido no final do século XIX. As duas encabeçam uma longa lista de protagonismos femininos: Laura Dern investiga seu passado doloroso em The Tale, Maggie Gyllenhall é a professora de Kindergarten Teacherremake do filme israelita de Nadal Lapid, Keira Knightley vai a “Belle Époque” para encarnar a personagem-título de Colette, autora do clássico “Gigi”, Rose Byrne é a esposa de um homem obcecado por um “rocker” desaparecido (Ethan Hawke) em Juliet, Naked, baseado no autor deAlta Fidelidade, e Daisy Reilly abandona guerras galácticas para entrar na corte de Hamlet/Shakespeare em Ophelia.

 

A taça de atriz mais presente em Sundance, no entanto, vai para a britânica Andrea Riseborough – que participa de quatro projetos.

 

Colette

 

Os outros 63%

 

Entre talentos consagrados, Gus Van Sant tentar ressuscitar a carreira com a “biopic” de um cartunista politicamente incorreto vivido por Joaquin Phoenix em Don’t Worry, He Won’t Get Far on Foot (o elenco inclui ainda Rooney Mara, Jonah Hill e Jack Black), enquanto Ben Lewin, de Seis Sessões, aparece com um filme de espionagem protagonizado por Paul Rudd (The Catcher Was a Spy) e com um cast igualmente estelar – composto por Jeff Daniels, Guy Pearce, Mark Strong, Sienna Miller e Paul Giamatti.

 

De resto, pregadores afro-americanos e Ku Klux Klan juntam-se em Blade, com Garrett Hedlund e Forest Whitaker, enquando religiosos pacifistas (e igualmente polémicos) estão em Come Sunday, com Chiwetel Ejiofor, Danny Glover e Martin Sheen; já Robert Pattinson entra em Damsel, uma comedy western.

 

The Catcher was a Spy

 

Entre os atores na cadeira de realizador estão Paul Dano, a estrear no posto com Wildlife, onde um adolescente dos anos 60 assiste a bancarrota do casamento dos pais, Ruperet Everett, com uma história promissora ao abordar os três últimos anos da vida de Oscar Wilde emThe Happy Prince, Ethan Hawke, que dirige Blaze, biografia de um cantor country de morte trágica e Idris Elba, que em Yardie mergulha no mundo dos gangues de Kingstown, Jamaica, nos anos 70.

 

Por fim e não menos importante, Nicolas Cage aparece sangrento no satânico Mandy, da secção Midnight, seleção de obras que trás ainda, entre outros projetos, o francófono Revenge. Sobre este último, dizem os tempos recentes que quando os franceses metem-se pelo terror é para não serem ignorados. O filme já teve estreia em Toronto – perturbando os incautos precisamente um ano depois de Grave (Raw) ter provocado por lá alguns desmaios. Com um timing de lançamento sensacional, trata-se de um violento “rape-and-revenge film” realizado por uma mulher – a estreante Coralie Fargeat.

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por Roni Nunes às 01:35

15 filmes a prestar atenção no festival de Sundance

por Roni Nunes, Sexta-feira, 19.01.18

Criado em 1991 por Robert Redford, Sundance tornou-se num dos mais importantes festivais de cinema independente e a grande rampa de lançamento para muitos projetos acarinhados pelas estrelas. O SAPO Mag selecionou 15 filmes entre os mais de 100 da programação de 18 a 28 de janeiro que podem correr mundo em 2018. Por RONI NUNES

 

 

Galeria disponível em: https://mag.sapo.pt/cinema/atualidade-cinema/fotos/as-estrelas-sao-os-indies-15-filmes-a-prestar-atencao-no-festival-de-sundance

 

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por Roni Nunes às 01:08


Comentários recentes

  • Cleber Nunes

    Sem dúvida é um filme que me despertou interesse ...